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O Mais Injustiçado dos Brasileiros (Final)

 D. Pedro II com filhas e genros.

O governo chefiado por Deodoro foi pouco mais que uma ditadura militar. O exército dominava tudo tanto no Rio de Janeiro quanto nos estados. A liberdade de impressa desapareceu e as eleições eram controladas por aqueles que estavam no poder.  

"Permita que lhe ofereça os meus pêsames: o Brasil acabou de cometer o erro mais fatal de sua história." (Presidente do Equador ao embaixador brasileiro que veio lhe comunicar o golpe da república)

 O Imperador, fotografado por
Francesco Pesce.

Leiam o emocionante trecho do livro: Revivendo o Brasil Império, trecho esse que fala sobre a ida ao exílio da Família Imperial:

"Na sua viagem para o exílio, ao passar diante da última terra brasileira que veriam, os membros da Família Imperial decidiram enviar um pombo com uma mensagem, assinada por todos. Um criado escolheu um dos pombos mais vigorosos, que lhe pareceu capaz de transpor a distância que os separava da costa. D. Luiz de Orleans e Bragança, que tinha então 11 anos de idade, relatou depois, no livro 'Sob o Cruzeiro do Sul', as suas lembranças do episódio:

'Um pouco além de Cabo Frio – lembro-me como se fosse hoje – meu avô, querendo dar ao Brasil uma prova do seu inalterável amor, fez-nos soltar um pombo, em cujas asas ele próprio havia amarrado uma última mensagem. À vista da terra ainda próxima, a ave largou o vôo; mas um longo cativeiro lhe havia sem dúvida alquebrado as forças. Depois de haver lutado alguns momentos contra o vento, esmoreceu e vimo-lo cair nas ondas'.
 O bilhete dizia: Saudades da Pátria.."12

 O Imperador D. Pedro II com a Imperatriz e comitiva:
em suas muitas viagens, um comprador compulsivo de fotografias, que viraram preciosidades.

Às 00:35 do dia 05 de dezembro de 1891, D. Pedro de Alcântara, o menino, o jovem, o senhor Imperador do Brasil, faleceu de pneumonia aguda, sem abdicar da Coroa, sua filha Isabel tornou-se a herdeira do Trono Imperial Brasileiro.

Enquanto preparavam o corpo de Pedro II, o Conde d´Eu encontrou no quarto um pacote lacrado e uma mensagem escrita pelo próprio Imperador: "É terra de meu país, desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria". O pacote que continha terra de todas as províncias brasileiras foi colocada dentro do caixão. Foram utilizados três caixões: um de chumbo forrado de cetim branco com uma tampa de cristal, onde depositaram o corpo, e outros dois que revestiram o primeiro: um carvalho envernizado e outro de carvalho recoberto de veludo negro.

O governo brasileiro, temendo uma reação popular favorável ao Império, negaram a possibilidade de manifestação oficial sobre a morte do Imperador. Contudo, as manifestações ocorreram e "a república se calou diante da força e do impacto das manifestações."13

 15 de novembro, luto Nacional.

Em 1914, seria de Rui Barbosa, o último dos republicanos que realizaram o golpe de 1889 (e também quem ordenou o banimento), que viria o mais famoso discurso em homenagem a Dom Pedro II:

"A falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação. […] De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. Essa foi a obra da República nos últimos anos. No outro regime [na Monarquia], o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante [Dom Pedro II], de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade."
O presidente Epitácio Pessoa, assinou a lei (com uma pena de ouro oferecida pela Associação Brasileira de Imprensa) em 3 de setembro de 1920 que revogava finalmente o banimento e permitia o translado dos corpos. Seu corpo seria mantido temporariamente na antiga Catedral do Rio de Janeiro até o término da construção da Catedral de Petrópolis. O enterro definitivo ocorreria somente em 5 de dezembro de 1939 para inaugurar a capela mortuária na catedral de Petrópolis onde os restos mortais do Imperador e de sua esposa foram depositados.
Fica então neste Blog registrado meu tremendo e profundo respeito por este Homem que tanto fez pelo Brasil. Percebo hoje, na televisão, as pessoas comemorando um sistema que lhe dá desgosto! E isso me faz pensar como pareço um louco em meio a eles. Considero minha loucura parecida com a do Raul... Uma "loucura real"!

Que a História ainda possa compensar o mal feito ao mais injustiçado dos brasileiros: D. PEDRO II.

Em 1981, ano em que deixou milhões de brasileiros órfãos.

_________
Referências
12 - DOM LUIZ DE ORLEANS E BRAGANÇA - Sob o Cruzeiro do Sul - Lith. Montreux, Montreux, 1913, p. 460.
13 – SCHWARCZ, p. 493

5 comentários:

O Cognoscente disse...

Para mim não é o regime que irá modificar o Brasil e sim a educação do povo. Também é bom compreender que a monarquia também tinha suas fraquezas, ela foi incapaz de transformar a sociedade brasileira. Durante a monarquia, o maior mal do Brasil, e causa principal do seu atrazo, a escravidão, não foi enfrentada pela monarquia, a não ser quando toda a sociedade já exigia (menos os grandes proprietários) e a Princesa Izabel só fez assinar sem amparar os escravos que de uma hora para outra se viram sem teto e sem com que se sustentar. Outra coisa, não podemos viver da bondade de um governante (seja ele monarca, presidente, governador, prefeito, etc.), o povo tem que aprender a reinvidicar dos governantes e trocá-los quando não cumprem as suas promessas.

MorningStar disse...

Se a república foi injustamente imposta sobre o povo, o plebiscito de 1993 exclareceu isso. O povo optou, por significativa maioria, ser governado por um sistema republicano e presidencialista. Nenhum clamor há por se fazer do contrário. Se a monarquia sofreu uma derrota pela força, semelhante a que João Gulart sofreu, em 1993 sofreu uma derrota moral, política, popular e social.

Marcus Tiso disse...

Ah, sim, claro... Um plebiscito feito 1 século depois, com uma propaganda arbitrária onde os príncipes não puderam em nenhum momento se pronunciar na televisão. Sim, muito justo.

Tel casagrande disse...

Muito Bom Parabems pelos artigos, vejo que ainda existem patriotas nesse pais abraços e boa sorte....

http://projetovisionario.blogspot.com/2011/04/solucao-para-o-brasil-monarquia.html

Unknown disse...

E mais: foi a monarquia que tirou o Brasil da escravidão. Para quem CONHECE história do Brasil, SABE que o Império brasileiro tomou medidas contra a escravidão no Brasil desde o seu início. Tanto é verdade que a foi promulgada a primeira Lei contra a escravidão no Brasil em 1831, e o próprio Imperador Dom Pedro Primeiro era CONTRA a escravidão. Um recado para os republicanos: LEIAM MAIS.

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