A Semana da Pátria
Esclarecendo a Monarquia, Parte 3: Nossos Herdeiros
O fim da monarquia no Brasil não significou o fim da família imperial. Não houve a extinção da dinastia, pelo contrário, D. Pedro II e sua família foram exilados. Matar a família imperial seria algo que levaria a uma revolta popular dantesca, visto que eram muito queridos pelo povo.
Não pretendo aqui fazer uma árvore genealógica desde a princesa Isabel, pois o post se tornaria muito extenso, muito menos fazer uma biografia completa, minha intenção é apenas apresentar os príncipes brasileiros. Falarei dos herdeiros do trono em linha sucessiva.
Dom Luís Gastão de Orleans e Bragança
Dom Luís, também conhecido como Dom Gastão, é o chefe da Casa Imperial Brasileira, isso significa que caso o Brasil fosse ainda uma monarquia, ele seria o Imperador. Ele é o filho mais velho do príncipe D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança e da princesa Dona Maria Isabel da Baviera.
É formado em química pela Universidade de Munique e fala fluentemente o português, o francês e o alemão, além de compreender bem o italiano e o inglês. Como a família imperial foi exilada, ele só veio a conhecer o Brasil em 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial, quando a cláusula pétrea da constituição brasileira que não permitia que a família imperial se fixasse no Brasil foi revogada.
D. Luís teve paralisia e é muito doente, por isso não é muito comum vê-lo como um ator mais incisivo em questões que envolvem o Brasil, apesar de fazê-lo de forma discreta.
Dom Bertrand Maria José de Orleans e Bragança
É o Príncipe Imperial, segundo na linha de sucessão do trono. Na realidade, por D. Luís não gozar de saúde plena, muito provavelmente ele seria o príncipe regente.
D. Bertrand, assim como seu irmão, passou a infância na Europa e veio ao Brasil junto com ele. Estudou direito no Largo São Francisco, a tradicional escola de direito de São Paulo, hoje parte da USP.
Alguns monarquistas não gostam muito do fato dele fazer parte da sociedade católica TFP (Tradição, Família e Propriedade), pois isso não expressa a realidade brasileira, porém trata-se de uma escolha individual do príncipe. É a figura mais atuante do movimento monárquico, tendo se reunido com representantes das diversas casas nobres da Europa antes do plebiscito de 1993 para falar sobre a causa monárquica do nosso país. Ele também é líder do movimento “Paz no Campo”, que atua contra movimentos terroristas que invadem propriedades rurais. É um grande opositor da reforma agrária.
Dom Antônio João de Orleans e Bragança
É o terceiro na linha de sucessão do trono. Brasileiro nato, da cidade do Rio de Janeiro, cresceu em Jacarezinho, Paraná, numa fazenda onde a família imperial viveu entre 1951 e 1964. Fez os estudos secundários (hoje colegial) em Vassouras, RJ, e depois graduou-se em Engenharia Civil na Universidade Barra do Piraí.
Teve uma educação moral e religiosa muito forte de seu pai, Dom Pedro Henrique, que queria transmitir aos filhos todos os princípios monárquicos, sendo educado como um verdadeiro príncipe.
Também é muito conhecido por ser um aquarelista de renome, sendo um expoente nessa arte aqui no Brasil.
Dom Rafael Antônio Maria de Orleans e Bragança
Mora no Rio de Janeiro com a tia Dona Isabel. Estudante de engenharia de produção na PUC-Rio e estagiário na AmBev, é o quarto na linha de sucessão do trono e o mais jovem dos príncipes. Tornou-se o sucessor depois da morte de Dom Pedro Luís, que era três anos mais velho, no acidente da Air France. É tido como um porta-voz da juventude monárquica, devido a sua mocidade. Sua irmã mais velha, Dona Amélia, é sua sucessora.
A Destruição da Imagem Monárquica
A Inovação Monárquica
A Monarquia Constitucional surgiu com o desejo dos homens de conhecer e assim recorrer quando necessário as regras que definem a atuação dum rei. Para isso serve uma constituição: definir os papeis do Estado (e seus representantes), seu funcionamento e discriminar os direitos de seus cidadãos. O rei, mesmo durante o Absolutismo – uma caracterização de exceção das monarquias, cuja regra é o rei medieval: guerreiro, para garantir a segurança nacional, limitado pelo seu conselho de guerra e limitado também pela atuação clerical – estava limitado por vários aspectos da vida social. Mas o constitucionalismo foi um desejo de fazer reconhecer – ou seja, institucionalizar – todas essas várias fontes de co-atuação no poder político juntamente com o rei.
É assim que os antigos petty kingdoms, monarquias compósitas, foram se organizando em ducados, marcas e condados a serem representados nas cortes, que, mais tarde, originaram por exemplo, as duas câmaras da Inglaterra. O Parlamentarismo foi uma evolução natural e orgânica da organização medieva dos reinados, após os arroubos absolutistas; e o princípio constitucionalista é a garantia de que o rei não caia novamente em tentações absolutistas e reconheça e dialogue com seus antigos interlocutores. Nesse sentido a Monarquia Parlamentar Constitucional é realmente a maior inovação política, é ao mesmo tempo o mais arcaico sistema político e o mais atual: é a assimilação de todos os aspectos jurídicos, simbólicos e políticos sedimentados pela experiência de milênios de monarquia ao funcionamento de seu tempo: juramento sob o papel, sanções, penas e submissão ao direito internacional.
A Constituição e o Parlamento surgiram para limitar o poder dos reis; mas noutro sentido, logo o Rei passou a limitar o desejo de acúmulo de poder e promoção pessoal dos políticos do parlamento. É na Monarquia Parlamentar Constituicional – como o Brasil conheceu de 1824 a 1889 – que o princípio de Montesquieu se realizou mais perfeitamente. Dizia o francês que “todo homem investido de poder é tentado a abusar dele” e “só o poder limita o poder”. Pois a Carta de 25 de Março de 1824 obedeceu a esse princípio de limitação de poder sob a ótica de Benjamin Constant, e seu “Poder régio”, mais um poder a ser limitado e limitar os demais.
A falta deste poder que permite os parlamentares e presidentes do Brasil aumentarem seus próprios salários, regularem-se a si mesmos, sem poder a quem responder, agindo indecorosamente em benefício próprio e de grupo; é a presença deste poder na Suécia que permite os parlamentares lá viverem como funcionários espartanos pelo seu Estado.
Há quem ainda pense que Monarquia é uma forma de governo do passado; não sabem do que falam… estão infectados com o mais puro determinismo histórico, mesmo quando o dizem combater ferozmente, infectados de aversão à tradição e às raízes deste e quase todos os países do globo; infectados pelo fetiche de que o cargo hereditário faz de seu ocupante alguém sem sentido na vida política. Falta-lhes conhecimento da manutenção da Democracia, este ser frágil. E como e porquê a Democracia funciona melhor numa monarquia, deixo para meu próximo texto.
O Casamento Real Britânico
O Mais Injustiçado dos Brasileiros (Final)
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O Mais Injustiçado dos Brasileiros (Parte II)
Tão grande era a admiração dos americanos pelo nosso Imperador, que nas eleições presidenciais de 1877 ele recebeu, só em Filadélfia, mais de 4.000 votos espontâneos. 9
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O Mais Injustiçado dos Brasileiros (Parte I)
Com a necessidade de um Imperador no Trono, e com o apoio popular, D. Pedro, ainda com quinze anos incompletos, foi declarado amparado pela Constituição, maior de idade e se tornou o segundo Imperador do Brasil, recebendo o título de D. Pedro II.
2 - CARVALHO, José Murilo de, D. Pedro II, Companhia das Letras, 2007, p. 226.
3 - Carvalho, 2007, p 29.
4 - OLIVIERI, Antonio Carlos, Dom Pedro II, Imperador do Brasil, Callis Editora, 1999
5 – Loewenstamm, 2002.
6 - ALCÂNTARA, José Denizard Macêdo de, D. Pedro II, o Patrono da Astronomia
7 - Loewenstamm, 2002.
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Livros à vista!

O blog Império Conservado está sorteando três grandes livros sobre o império brasileiro! “De olho em D. Pedro II e seu reino tropical”, de Lilia Moritz Schwarcz, nos convida a viajar no tempo através das imagens, e entender que pinturas oficiais, fotos, cadernos de caligrafia, diários, longe de meras ilustrações do contexto histórico, são imagens plenas de significados, capazes de dar novos contornos aos fatos. “1822”, o grande best-seller de Laurentino Gomes analisa o ano da independência com um novo olhar, livre de preconceitos e com um grande humor, nos mostrando que por trás dos mitos e das figuras históricas, havia homens cheios de sentimentos e paixões, que fizeram um país que tinha tudo para dar errado se encaminhar nos trilhos da soberania nacional. Por último, e o mais ilustre, “D. Pedro II, ser ou não ser”, de José Murilo de Carvalho (membro da Academia Brasileira de Letras), através de uma farta biografia e pesquisa histórica, nos revela duas personalidades distintas de um mesmo homem, Pedro de Alcântara e Dom Pedro II, e como essa luta interna constante forjou não apenas o maior estadista de nossa história, mas também os alicerces da nacionalidade brasileira.
Para participar do sorteio é muito simples: você precisa seguir o blog e retuitar (dar RT, como costumamos dizer) no tweet indicado pelo autores no Twitter (para acompanhar melhor o andamento dos sorteios, você pode seguir os autores). As datas dos sorteios se darão na seguinte ordem:
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