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Brasil: Um país abençoado!

Começo com uma citação:
Nós, representantes do povo brasileiro […] promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.”
-Preâmbulo da Constituição Federal de 1988

Surpreenderam-me com uma questão um tanto interessante: se você NÃO é católico, por que é monarquista? Confesso que à primeira vista, senti como se estivesse diante de um absurdo e pensei: “como assim só católicos podem ser monarquistas?”
Vamos primeiro observar o contexto religioso do Brasil: temos aqui quantidade considerável de evangélicos, católicos, judeus e muçulmanos, além de uma boa quantidade, quiçá a maior do mundo, de espíritas nas suas mais variadas vertentes. Nesse cenário eclético e cheio de sincretização podemos dizer que o Brasil é um país abençoado por existir tantas diferenças religiosas e nenhuma briga interna (leia-se guerra) por conta disso. Já tive o prazer de encontrar nas ruas de São Paulo descendentes de árabes conversando e fazendo negócios amigavelmente com judeus ortodoxos, algo impossível de se pensar num cenário como o do Oriente Médio por exemplo.
Historicamente fomos colonizados por uma corôa católica, como consequência somos um país de maioria absoluta dessa religião, cerca de 73%, segundo o censo de 2010. Isso não quer dizer que todos católicos são devotos, ou fervorosos como são os 15% dos evangélicos que temos no país, por isso à primeira vista transparece que há mais evangélicos do que católicos no país. Pois bem, sendo assim a família que melhor representa o Brasil é a cristã: monogâmica, de bens hereditários etc. e a maior parte é católica.
Uma das funções da família imperial é representar a família comum da nação da qual ela faz parte, que é, como já citado acima, a cristã, sobretudo a católica, mas isso não significa que o resto da população não é representado por ela, muito pelo contrário. Explicarei isso mais abaixo.
Outra questão que você deve estar me perguntando: “mas se o Estado é laico, como podemos ter um imperador cristão?”
Nós temos a péssima mania de associar o laico ao ateu. Estado laico não é um Estado ateu, somos livres (graças a Deus!) para escolhermos a religião que quisermos. Num Estado ateu ter religião seria crime! Não temos religião oficial e acredito que não teríamos também se fôssemos hoje uma monarquia. Ora, se Deus nos deu o livre-arbítrio, por que o Estado haveria de interferir na minha religião pessoal? O rei pode escolher a religião que ele quiser, desde que seja só para ele. Afinal, um rei prudente não iria obrigar seu povo a se converter à sua religião à força só por meros caprichos pessoais.
Uma outra coisa interessante também é quanto a seguinte lógica que muitos professam: “uma monarquia católica? Não, obrigado!”. Seguindo ela, poderemos falar também: “um presidente evangélico? Não, obrigado.”, ou então “um presidente católico? Também não!” O próprio ex-presidente se declarava católico! Se um presidente pode ter determinada religião, por que o rei não pode?
Eu defendo que o Estado seja laico, defendo que não haja uma religião oficial e por isso mesmo defendo a pluralidade religiosa que temos aqui. A religião do monarca, em nada interferirá na nossa liberdade de escolha religiosa ou até mesmo de expressão.
Na constituição imperial de 1824, que aliás foi a constituição que mais tempo durou nessas terras, dizia que o Brasil era um país oficialmente católico e que outras religiões poderiam ter seu culto doméstico, sem que houvesse estilização exterior dos templos. Seria algo que eu tenho absoluta certeza de que cairia em desuso com o tempo, principalmente com as imigrações que trouxeram para cá muitos povos e religiões e, porque não, também trouxeram belos templos! Devemos lembrar que 1824 era um tempo em que literalmente havia só templos católicos e uma ou outra sinagoga judaica. Se fosse aprovada uma constituição monárquica hoje, esse texto não faria mais parte, afinal a monarquia tem que se modernizar junto com o seu povo e não faria mais sentido ter uma censura religiosa assim.
Concluindo, digo com convicção que não é necessário ser católico, ou até mesmo cristão, para defender a monarquia. Como prometido lá em cima, em outro parágrafo, vou explicar o por quê. Bem, a família imperial é para ser representante de todos nós: católicos e evangélicos, ou seja cristãos, mas também de muçulmanos, judeus e até mesmo dos ateus que aqui vivem, pois antes do rótulo religioso, a Família Imperial é BRASILEIRA por excelência. E o brasileiro é isso: vários povos e credos que vivem em união e fraternidade!
Eu, que faço parte dos 1% que disse não ter religião ao IBGE, concluo dizendo em alto e bom som: “Deus abençoe essa terra, onde todos tem a oportunidade de serem iguais perante Ele!” Amém!

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%B5es_no_Brasil

1 comentários:

Bruno Linhares disse...

Penso que quando se desenvolve um ensaio sobre religiões, é importante que o autor deixe clara a sua opção.
Previamente, imaginei que fosse protestante; no desenrolar da leitura, espiritualista; terminei inclinado ao protestantismo, mas faltou justamente a precisão.

Note que a monarquia estabelecida nestas terras não era católica "por opção", como quem opta por vestir blusa preta ou branca ao sair de casa. Era de fato ligada à Igreja Católica da Europa daquele tempo, politicamente inclusive.
Ouvi certa vez que as navegações que rumaram para a América do Sul tiveram forte motivação evangelizadora. Não é coincidência que datem do início da Reforma Protestante.

Outrossim, discordo da afirmação de que uma proposta "família imperial" devesse ser referência ou exemplo da família brasileira. Um governante que levantar uma bandeira religiosa deve, aí sim, ser policiado pela autoridade daquela religião, para que não testemunhe contra ela, e na eventualidade de o fazer, seja incentivado a retratar-se.

A família é uma instituição maior que o Estado.
É justamente a negação desta máxima que permite a um Estado laico cometer toda sorte de abusos contra a família e o casamento, base e repositório da dignidade humana.
A Igreja Católica é a maior defensora deste patrimônio da humanidade.

A pouca interferência cristã na política (apesar dos expoentes protestantes e católicos dos últimos anos) é a maior promotora do laicismo, que é tão prejudicial.
Talvez seja disso que o Brasil mais precisa: maior engajamento político, sob a luz do Espírito Santo de Deus.

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